quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Preso na Operação Lava Jato é citado em esquemas de corrupção dentro da Ordem dos Músicos do Brasil.



Por Marcos  Santos

A audiência pública na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal realizada no dia 08/11 comandada pelo senador Cristovam Buarque reascendeu o debate sobre o papel social, econômico e político da OMB e, trouxe novas revelações sobre o caótico e irreversível quadro da autarquia federal, porém, esse debate tende a acirrar ainda mais, pois surge um novo personagem nessa trama e dessa vez, envolve um político preso na Operação Lava Jato, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB).
Foto de Karl Marx

Jornalista e músico Marcos Santos (MVM) apresentando denúncias de fraudes na OMB.

"Estamos aqui provocando um debate fundamental para o Brasil. Esse é um debate que tem que continuar e, se for o caso, faremos outra audiência". Ressaltou Cristovam Buarque.



Vice-presidente do Conselho Federal -Jesiel Motta dispara e entrega todo o esquema por trás dos grandes eventos musicais.





Rock in Rio sob suspeita de pagamento de propina e lavagem de dinheiro a Gerson Tajes - Alemão da FTTRESP e seu advogado. 


                                           Foto reprodução da internet- Roberto Medina e Gerson Tajes no Rock in Rio 2015.


Por não haver tempo hábil para que todos pudessem falar na reunião do Senado Federal, o vice-presidente do Conselho Federal da OMB, Leôncio Jesiel Motta procurou o Movimento Pela Valorização dos Músicos-MVM e entregou todo o esquema que existe por trás do maior evento de rock do mundo. Segundo Motta, o Alemão interventor da autarquia federal teria participado de esquema de lavagem de dinheiro no valor de R$ 150 mil em 2016 em parceria com uma empresa de nome Top Five. Ele disse ainda que em 2015,  Roberto Medina criador do Rock in Rio recebeu ordens do ex-deputado do PMDB Eduardo Cunha para dar ao Alemão e seu advogado Giovanne Charles Paraizo a quantia de R$ 450 mil, valores que supostamente configura-se esquema de lavagem de dinheiro ou, pagamento de propina, já que o valor não foi contabilizado junto à Ordem segundo declarações do próprio vice-presidente do CF - Leôncio Motta.



 Farra com dinheiro dos músicos!

Ainda segundo Motta, Alemão assinou o recibo de quase meio milhão e não prestou contas do dinheiro, em vez disso viajou à Miami-EUA com a família e ainda, além de estarem usufruído de uma vida de luxo com dinheiro que não lhes pertencem desde que invadiu a OMB e o Sindmussp em 2013, onde encontrou mais de R$ 4 milhões nos cofres das entidades provenientes do recolhimento da taxa do artigo 53 e anuidades, entretanto, preferiu  esbanjar toda essa dinheirama  comprando quadriciclo para os filhos com o apoio de seu advogado Giovanni Charles Paraizo, mentor intelectual da quadrilha comandada pelo motoboy Alemão, segundo afirmações do traído, Leôncio Jesiel Motta. 



Antes tarde do que nunca!

Essa audiência pública já era esperada  há décadas  pela classe musical que nunca teve uma oportunidade de estar cara a cara com os dirigentes da autarquia para cobrar transparência e esclarecimento com relação a administração e aplicação dos emolumentos que nunca foram repassados ao erário como garantia inclusive, para que os associados pudessem gozar dos benefícios trabalhistas e previdenciários.




Líderes do Movimento Pela Valorização dos Músicos-MVM, também cobraram deles (OMB) explicações dos milhões que foram desviados dos cofres da entidade oriundos das taxas pagas pelos associados durante décadas, qual o destino dado do recolhimento do emolumento do artigo 53 da lei 3857/60 e qual a legitimidade da "nova" diretoria, já que não houve participação da grande massa de músicos nas eleições que "elegeu" Alemão ao cargo máximo na hierarquia administrativa da instituição. 


"Nós estamos falando de uma autarquia federal corrupta que, em 50 anos cometeu diversos atos ilícitos[...]. Essa entidade foi tomada de assalto pelo sr Gerson Tajes feito um motim e a carteira que ele tem foi forjada e não tem a menor condição de ser presidente do Conselho Federal da Ordem e nem de representar os músicos do país. Onde foi parar o dinheiro dos músicos durante 50 anos? Questionou Engels Espíritos (MVM).

Já Gerson Ferreira Tajes-Alemão, como sempre apostou no proselitismo político desgastado para convencer os presentes, mas, visivelmente incomodado com os documentos apresentados pelo jornalista Marcos Santos que comprovam as fraudes. 

Já a Cláudia Queiroz - conselheira do colegiado setorial de música do Conselho Nacional de Política Cultural do Ministério da Cultura-(CNPC) apresentou um breve histórico da autarquia federal e a forma como ela foi se deteriorando ao longo das décadas. 

Muito aplaudida pelos músicos, Cláudia salientou que é difícil defender uma instituição com esse perfil devido a falta de transparência nas informações referentes as arrecadações dos tributos e completa: "Mas uma coisa é certa. Essa contribuição tem que ser voluntária, ela não tem que ser obrigatória e, considerando o caráter arbitrário e truculento de que se revestiu a fiscalização da OMB cometendo abusos, cujo o mais lamentável exemplo é a interrupção e o cancelamento de espetáculos, abusos que só recentemente foram contidos por conta de esclarecimentos dos músicos, quanto aos seus direitos.

                                                            Polícia Federal prende delegado da Ordem em Marabá

Considerando ainda, os expedientes no mínimo suspeitos que essa direção utiliza para se manter no poder por mais de 40 anos nas mãos das mesmas pessoas, entre elas:interventores nomeados pela ditadura,  expedientes com uma sistemática sonegação de informações e um código eleitoral casuístico e, por último, considerando a desistência por parte de uma grande parte dos músicos, devido aos fatos acima descritos de manter a OMB levando a entidade a uma crise financeira sem precedentes, os fóruns permanentes de música e abaixo assinados representados na câmara setorial de música vem a público declarar que não estão representados pela atual direção da OMB em qualquer instância, exigir a sua total e urgência renúncia seguida de eleições amplamente divulgadas com a participação de todos os músicos e na forma da lei, como única forma de recuperar a entidade. Solicitar as autoridades competentes auditoria nas contas, patrimônio e nos procedimentos eleitorais da Ordem". Concluiu. 

Em defesa da autarquia corrupta.

O senador Magno Malta-PR/ES e o deputado federal Marcelo Aguiar-DEM, apareceram já no final da audiência pública e partiram em defesa da Ordem dos Músicos do Brasil. 


                                                            Foto reprodução da internet.- Magno Malta a esquerda.

"Eu tenho muitos anos que sou membro da Ordem dos Músicos e tenho minhas razões por ter me afastado e centenas de artistas do Brasil se afastaram. Eu pertenci e conheci as mazelas e tenho as minhas discordâncias que não descreverei. Vi com muitos bons olhos e não sou ingênuo Marcos[...]. Sou músico, quando vi a mudança que ocorreu na OMB, um momento diferente, fui hipotequei o meu apoio que de nada me arrependo". Afirmou Malta. Para o ex-presidente do Conselho Federal da Ordem, Jesiel Motta, o senador Magno Malta está iludido pelo "rinoceronte" se referindo ao Alemão por ter corpo grande e cabeça pequena e raspada. 

Da mesma forma o deputado Marcelo Aguiar confirmou o seu apoio a Ordem. "Quero deixar aqui o meu apoio incondicional à Ordem dos Músicos do Brasil e se nós 
tivermos que trazer todos os músicos do Brasil pra este lugar (Senado Federal), nós vamos trazer, para defender aquilo que nós acreditamos". Enfatizou o político do DEM/SP.

Essa redação buscou ouvir todos os envolvidos, porém, até o fechamento dessa matéria, não obteve resposta.

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http://www.musicoempreendedor.com.br/2014/05/sindmussp-gastou-r-43-milhoes-em-menos.html

https://www.youtube.com/watch?v=vOim4KhtMiE&t=6608s

https://reporteraguia.blogspot.com.br/2015/06/enquanto-isso-no-brasil.html


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