segunda-feira, 20 de julho de 2020
quinta-feira, 2 de julho de 2020
Jornalista Oswaldo Eustáquio é preso por revelar esquema criminoso dentro do STF.
Recuperada a matéria completa do jornalista Oswaldo Eustáquio Filho, eliminada dos meios de informação no Brasil e que o levou à prisão pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.
Data:29/05/2020
Status: notícia excluída do site Agora Paraná
Jornalista: Oswaldo Eustáquio Filho
A esposa do Ministro Alexandre de Moraes é a advogada mais requisita por
políticos do PSDB no estado de São Paulo. Recentemente, Viviane Barci de
Moraes, que é casada com o Ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de
Moraes, que já foi filiado “ao PSDB, assumiu uma causa que está prestes a subir
aos tribunais superiores em nome do prefeito José Auricchio Júnior ” (PSDB-SP),
condenado em segunda instância por crimes de corrupção.
A esposa do Ministro, está tendo sucesso para manter o prefeito
condenado em segunda instância no cargo, graças a uma resolução do CNJ que
declarou em seu artigo 2º que “continuam suspensos durante a vigência do regime
diferenciado de trabalho instituído pela Resolução-TSE nº 23.615, os prazos
processuais dos processos que tramitam em meio físico”.
A situação se enquadra no caso do processo de José Auricchio Júnior.
Condenado, Auricchio, contratou Viviane Barci de Moraes para se manter no cargo
por meio de liminares na Justiça dos tribunais superiores, local de trabalho do
marido de Viviane, o Ministro.
Vivi, como é conhecida pelos colegas do direito gosta das causas que já
estão nos tribunais superiores, mas, de acordo com fontes do Agora Paraná ligadas
ao PSDB paulista, o grosso das ações que trazem recursos para o escritório vem
da parceria de seu sócio Gabriel Chalita, ex-deputado federal, que também foi
filiado ao PSDB, mas que apoiou o nome de Fernando Haddad para prefeitura de
São Paulo, com seu irmão Tony Chalita. O nome de Gabriel aparece em destaque
nos sócios do escritório de Direito liderado pela mulher de Alexandre de
Moraes, Barci e Moraes advogados associados onde atuam também os jovens
Alexandre Barci de Moraes e Giuliana Barci de Moraes, filhos do Ministro do
STF.
Tony Chalita, foi o principal advogado da campanha de João Dória para o
governo de São Paulo. Ele é o coordenador eleitoral do Escritório BNZ – BRAGA
NASCIMENTO E ZILIO ADVOGADOS ASSOCIADOS, que recebeu R$ 300 mil na campanha de
Dória ao governo de São Paulo, de acordos com dados do TSE. Tony é advogado
famoso no meio dos tucanos, apenas as ações que envolvem Flávio Henrique Costa
Pereira, que foi coordenador jurídico nacional do PSDB na campanha de Aécio
neves, são 71 processos. No TRE-SP são 217 processos, a maior parte em defesa
de tucanos e de João Dória, na última campanha ao governo de São Paulo.
O escritório coordenado por Tony na área eleitoral, parceiro de Viviane
hoje atua como parceiro de Dória na elaboração de projetos como o da Arena Hub.
Tony é um entusiasta da Suprema Corte e compartilha as mensagens do Twitter de
Gilmar Mendes e Barroso recorrentemente. Dessa forma, a esposa do Ministro
Alexandre de Moraes tem ligações pesadas em contratos com políticos, sobretudo
ligados ao PSDB, através do irmão do seu sócio Gabriel Chalita. Como revelado
na matéria são centenas de processos patrocinados pelo grupo de advogados para
políticos do PSDB.
Mas afinal, quem são os irmãos Chalita, amigos de dentro da casa e no
caso de Gabriel, sócio da esposa de Alexandre Moraes?
Gabriel Chalita chegou a ser deputado federal, foi sondado para ser
candidato a prefeito em SP, mas declarou apoio a Haddad. O analista de sistemas
Roberto Leandro Grobman procurou integrantes da campanha de José Serra (PSDB).
Dizia ele estar munido de uma denúncia bombástica contra o então deputado
federal Gabriel Chalita, um dos cabos eleitorais do então candidato do PT,
Fernando Haddad, e crítico ferrenho da gestão de Serra. No comitê do PSDB,
Grobman foi recebido com entusiasmo. A pedido do deputado federal e coordenador
da campanha de Serra, Walter Feldman, o analista dirigiu-se ao Ministério
Público acompanhado pelo jornalista Ivo Patarra, assessor político do PSDB. Em
depoimento aos procuradores, Grobman revelou uma série de irregularidades
cometidas de 2002 a 2006 por Chalita, então secretário estadual da Educação
filiado ao PSDB, para favorecer o grupo educacional COC.
Em troca, segundo o delator, Chalita teria recebido benefícios
financeiros, entre os quais o pagamento de US$ 600 mil para a reforma de sua
cobertura no bairro de Higienópolis. De acordo com as informações prestadas
pelo delator, Chalita montou um esquema de arrecadação pessoal na secretaria da
Educação. Exigia comissão em contratos e tinha contas pagas por fornecedores,
como o grupo educacional COC. A companhia, vendida em 2010 pelo empresário
Chaim Zaher ao conglomerado britânico Pearson, teria inclusive indicado
funcionários a cargos para setores estratégicos do seu ramo de atividade. Por meio
desse suposto esquema, a empresa Interactive, ligada ao grupo COC e que tinha
como sócio o próprio denunciante, comercializou 2,5 milhões em softwares
educativos com a Secretaria da Educação paulista. Em troca, o grupo de Zaher
oferecia uma série de benefícios a Chalita. Pagou US$ 600 mil na reforma do seu
apartamento de alto-padrão em Higienópolis, bairro nobre da capital paulista,
custeou viagens internacionais e comprou 34 mil exemplares de um livro do
deputado. Íntimo de Chalita, Grobman acusou-o de usar duas funcionárias durante
o expediente da secretaria para escreverem best-sellers que depois publicaria
em seu nome. Afirmou ainda ter visto malas de dinheiro na casa e no escritório
do então secretário da Educação de Alckmin.