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Por Marcos Santos
De acordo
com a Bíblia sagrada, o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males.
Traçando
um paralelo dessa verdade bíblica em 1º Timóteo 6:10 com a campanha política
deste ano, percebe-se que, mesmo escrito por volta de 62 a 66 depois de Cristo, nada mudou com relação a ganância e desejo exacerbado do homem pelo poder e dinheiro.
A notícia
de hoje nos principais jornais do país é sobre os investimentos milionários dos
empresários em seus candidatos favoritos mesmo com a decisão do Supremo
Tribunal Federal em 2015 que proibiu esse tipo de financiamento por causa da
concorrência desleal e da máxima de quem paga mais leva.
De onde
virá o retorno?
O
presidenciável Henrique Meirelles o ex testa de ferro da economia do governo Temer,
além do fundo partidário irá investir R$ 20 milhões de seus próprios recursos em
sua campanha, daí eu pergunto: de onde ele vai tirar o retorno desse
investimento milionário caso seja eleito (possibilidade muito remota que isso
aconteça) onde o teto salarial do presidente não poderá ultrapassar a casa dos
R$ 33 mil reais por mês? Multiplicando este salário por 48 meses, tempo de
mandato, a soma chega ao valor de R$1,584 milhão, ou seja, 7,5% apenas de
retorno da cifra milionária dos R$20 milhões investidos. Quem sabe o Geddel Viera Lima tem a fórmula mágica que transforma o “modesto” salário em R$ 51
milhões?
O dono da
rede de lojas Riachuelo Nevaldo da Rocha investiu R$2 milhões na campanha do
seu neto que concorre ao cargo de deputado federal pelo PRB-Gabriel Kanner que,
assim como Meirelles não terá esse dinheiro de volta em 4 anos contando apenas
com um salário de R$33.763,00 além das mordomias.
Não existe
“salvador da pátria”
Nomes
como: Jair Bolsonaro e Ciro Gomes aparecem na campanha como possíveis “salvadores
da pátria e, infelizmente, tem muita gente que acredita em sofismas e bravatas.
Essa é a velha política impregnada nas entranhas desses velhacos que há décadas
vêm assistindo de camarote a decadência moral, ética, política e econômica do
Brasil e agora ressurgem como “Messias” que irão tirar os pecadores do
purgatório e garantir-lhes um lugar confortável no paraíso onde não haverá
endividados e nem criminosos, já que no discurso de Bolsonaro-PSL armando a
população a bandidagem irá se dissipar. Já os outros candidatos apostam em
outras estratégias para tirar o Brasil do tremendo lamaçal econômico em que se
encontra. Segundo o IBGE-Instituto de Geografia e Estatística, há no país hoje
mais de 13 milhões de desempregados e, além disso, 27 milhões estão vivendo do
famoso bico totalmente às margens dos direitos trabalhistas fundamentais como
garantia de um futuro em caso de doenças, idade e até mesmo acesso a bens e
serviços como qualquer trabalhador merece ter.
Outro
problema muito grave e que não está na agenda e nem na pauta dos candidatos é a
grave crise humanitária que assola o estado de Roraima com a chegada
indiscriminada dos venezuelanos que cruzam a fronteira diariamente fugindo da
fome e da miséria que se instalou na Venezuela por causa das medidas drásticas
de Nicolas Maduro que, a exemplo do seu antecessor, conseguiu colocar o país na
maior recessão de todos os tempos.
Tem a
questão das estradas precárias brasileiras que dificultam o escoamento da
produção de alimentos e até agora ninguém apresentou uma proposta convincente
de políticas públicas para solucionar esse grave problema que acarreta em
desperdício de milhões de grãos impactando diretamente no crescimento do PIB.
O maior
problema do Brasil não é a falta de recursos e nem da produção agrícola que é a
maior responsável pelo resultado positivo do PIB, mas sim, a incompetência dos
governantes que usam de seus cargos políticos para enriquecerem e se
perpetuarem no poder criando, portanto, na maioria dos casos uma oligarquia perversa
e em outros, uma dinastia, aniquilado
toda e qualquer chance de novos atores políticos tentarem uma vaga nas
principais casas que comandam os rumos da nação nas esferas do Executivo, Legislativo
e Judiciário.
O Brasil
só será de fato uma democracia quando o povo entender que os políticos são
eleitos para serem nossos empregados e defenderem nossos direitos
constitucionais, e não fazer de seu cargo público uma profissão e na maioria
dos casos um balcão de negócios ilícitos com as piores trocas de favores em detrimento
aos reais interesses da sociedade.
Esse
vício que corrói o país há décadas faz com que aumente cada vez mais o
descontentamento e desconfiança da maioria do povo brasileiro nos partidos
políticos que pensam que mudando de sigla o problema está resolvido, claro que
não.
No país
do carnaval e futebol a velha prática de substituir o verdadeiro nome por outro
como por exemplo: favela virou comunidade, PTN virou Podemos, PMDB virou MDB e
daí por diante, é sinônimo de renovação e inovação.
Por isso
que nunca antes na história recente das eleições no Brasil houve um número tão
expressivo de eleitores indecisos e aqueles que votarão nulo ou em branco. O
descrédito é geral e se acentuou de quatro anos para cá com a Operação Lava Jato
que conseguiu colocar poderosos na cadeia e recuperar mais de R$10 bilhões aos
cofres públicos.
Só terá uma
maneira do Brasil se tornar uma grande potência mundial: concentrar toda sua riqueza nas mãos de quem
realmente trabalha e gera essa riqueza. O povo. Caso contrário ficaremos apenas
como mero espectadores nos piores lugares da arquibancada vendo a China, os
Estados Unidos, a Coréia do Sul, Japão, Alemanha dentre outros conquistando as
melhores posições na economia global.