terça-feira, 28 de agosto de 2018

A raiz de todos os males

Imagem da internet.
Por Marcos Santos

De acordo com a Bíblia sagrada, o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males.
Traçando um paralelo dessa verdade bíblica em 1º Timóteo 6:10 com a campanha política deste ano, percebe-se que, mesmo escrito por volta de 62 a 66 depois de Cristo, nada mudou com relação a ganância e desejo exacerbado do homem pelo poder e dinheiro. 

A notícia de hoje nos principais jornais do país é sobre os investimentos milionários dos empresários em seus candidatos favoritos mesmo com a decisão do Supremo Tribunal Federal em 2015 que proibiu esse tipo de financiamento por causa da concorrência desleal e da máxima de quem paga mais leva.

De onde virá o retorno?
O presidenciável Henrique Meirelles o ex testa de ferro da economia do governo Temer, além do fundo partidário irá investir R$ 20 milhões de seus próprios recursos em sua campanha, daí eu pergunto: de onde ele vai tirar o retorno desse investimento milionário caso seja eleito (possibilidade muito remota que isso aconteça) onde o teto salarial do presidente não poderá ultrapassar a casa dos R$ 33 mil reais por mês? Multiplicando este salário por 48 meses, tempo de mandato, a soma chega ao valor de R$1,584 milhão, ou seja, 7,5% apenas de retorno da cifra milionária dos R$20 milhões investidos. Quem sabe o Geddel Viera Lima tem a fórmula mágica que transforma o “modesto” salário em R$ 51 milhões?

O dono da rede de lojas Riachuelo Nevaldo da Rocha investiu R$2 milhões na campanha do seu neto que concorre ao cargo de deputado federal pelo PRB-Gabriel Kanner que, assim como Meirelles não terá esse dinheiro de volta em 4 anos contando apenas com um salário de R$33.763,00 além das mordomias.

Não existe “salvador da pátria”

Nomes como: Jair Bolsonaro e Ciro Gomes aparecem na campanha como possíveis “salvadores da pátria e, infelizmente, tem muita gente que acredita em sofismas e bravatas. Essa é a velha política impregnada nas entranhas desses velhacos que há décadas vêm assistindo de camarote a decadência moral, ética, política e econômica do Brasil e agora ressurgem como “Messias” que irão tirar os pecadores do purgatório e garantir-lhes um lugar confortável no paraíso onde não haverá endividados e nem criminosos, já que no discurso de Bolsonaro-PSL armando a população a bandidagem irá se dissipar. Já os outros candidatos apostam em outras estratégias para tirar o Brasil do tremendo lamaçal econômico em que se encontra. Segundo o IBGE-Instituto de Geografia e Estatística, há no país hoje mais de 13 milhões de desempregados e, além disso, 27 milhões estão vivendo do famoso bico totalmente às margens dos direitos trabalhistas fundamentais como garantia de um futuro em caso de doenças, idade e até mesmo acesso a bens e serviços como qualquer trabalhador merece ter.

Outro problema muito grave e que não está na agenda e nem na pauta dos candidatos é a grave crise humanitária que assola o estado de Roraima com a chegada indiscriminada dos venezuelanos que cruzam a fronteira diariamente fugindo da fome e da miséria que se instalou na Venezuela por causa das medidas drásticas de Nicolas Maduro que, a exemplo do seu antecessor, conseguiu colocar o país na maior recessão de todos os tempos.

Tem a questão das estradas precárias brasileiras que dificultam o escoamento da produção de alimentos e até agora ninguém apresentou uma proposta convincente de políticas públicas para solucionar esse grave problema que acarreta em desperdício de milhões de grãos impactando diretamente no crescimento do PIB.

O maior problema do Brasil não é a falta de recursos e nem da produção agrícola que é a maior responsável pelo resultado positivo do PIB, mas sim, a incompetência dos governantes que usam de seus cargos políticos para enriquecerem e se perpetuarem no poder criando, portanto, na maioria dos casos uma oligarquia perversa e em outros, uma  dinastia, aniquilado toda e qualquer chance de novos atores políticos tentarem uma vaga nas principais casas que comandam os rumos da nação nas esferas do Executivo, Legislativo e Judiciário.

O Brasil só será de fato uma democracia quando o povo entender que os políticos são eleitos para serem nossos empregados e defenderem nossos direitos constitucionais, e não fazer de seu cargo público uma profissão e na maioria dos casos um balcão de negócios ilícitos com as piores trocas de favores em detrimento aos reais interesses da sociedade.

Esse vício que corrói o país há décadas faz com que aumente cada vez mais o descontentamento e desconfiança da maioria do povo brasileiro nos partidos políticos que pensam que mudando de sigla o problema está resolvido, claro que não.

No país do carnaval e futebol a velha prática de substituir o verdadeiro nome por outro como por exemplo: favela virou comunidade, PTN virou Podemos, PMDB virou MDB e daí por diante, é sinônimo de renovação e inovação.
Por isso que nunca antes na história recente das eleições no Brasil houve um número tão expressivo de eleitores indecisos e aqueles que votarão nulo ou em branco. O descrédito é geral e se acentuou de quatro anos para cá com a Operação Lava Jato que conseguiu colocar poderosos na cadeia e recuperar mais de R$10 bilhões aos cofres públicos.
Só terá uma maneira do Brasil se tornar uma grande potência mundial:  concentrar toda sua riqueza nas mãos de quem realmente trabalha e gera essa riqueza. O povo. Caso contrário ficaremos apenas como mero espectadores nos piores lugares da arquibancada vendo a China, os Estados Unidos, a Coréia do Sul, Japão, Alemanha dentre outros conquistando as melhores posições na economia global.
     

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