sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Ex-Diretor Artístico do Theatro Municipal é apontado como pivô em esquemas de cobranças de propinas.


Por Marcos Santos

A crise política administrativa dentro da Fundação Theatro Municipal não se restringe apenas a este fato: tem o caso do maestro John Neschling que ganha salário de marajá, sindicatos corruptos envolvidos e o próprio Ministério do Trabalho e Emprego, principal facilitador de esquemas, a demissão dos quinze coralistas integrantes dos corais: Lírico e Paulistano sem motivo aparente e sem nenhuma perspectiva a curto prazo para a solução do problema, cujos protagonistas são: o diretor  José Luiz Herência(exonerado) e Neschling.

José Luiz Herência-foto reprodução internet
http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/12/1720206-ex-diretor-do-municipal-e-investigado-sob-suspeita-de-cobranca-de-propina.shtml

http://g1.globo.com/sao-paulo/noticia/2015/12/ex-diretor-do-theatro-municipal-de-sp-e-suspeito-de-desvios-em-contratos.html
Em matéria publicada ontem no Jornal Folha de São Paulo e site da Globo, Herência está sendo investigado por desvio de R$20 milhões das contas municipais. O caderno Ilustrada relata que, de acordo com as investigações, o ex-diretor geral, por meio da Fundação Theatro Municipal, teria recebido propina em contas bancárias em seu nome e no de sua mãe. Apenas em seis meses de 2014 as movimentações nessas contas chegaram a R$3 milhões. No site G1, foi publicado que na casa da mãe de Herência, foi apreendido um HD que, segundo as investigações, ficava no computador que ele usava no Theatro Municipal, porém, tentou esconder quando se desligou da instituição artística.

Esse caso na Fundação Theatro Municipal vai muito além dessas notícias da Folha de São Paulo e site G1 e que, deveria ser investigado com mais profundidade, haja vista que, uma casa tão tradicional de espetáculos  grandiosos e de público seleto, não deveria estar nas mãos de pessoas que conspiram contra a cultura brasileira e, ainda fazem dela instrumento para negócios ilícitos. Além dessa descoberta, a justiça precisa ir além e  exigir de fato, a quebra de sigilos telefônicos e bancários de todos que estão diretamente ligados ao Municipal, daí se chegaria definitivamente aos tentáculos que há anos contribuem com essas operações e revelaria quem é o chefão dessa organização criminosa. http://aarffsa.com.br/noticiasnovas/noticia_18122015093453.pdf

Há quase dois anos, quinze coralistas integrantes dos Corais, Lírico e Paulistano tiveram seus contratos de trabalho interrompidos, cuja maioria já trabalhava há mais de vinte anos, alguns até em vias de se aposentarem. O caso foi parar na Justiça Trabalhista intermediado pelo antigo Superintendente Regional do Trabalho, Luiz Antonio Medeiros e  Sindmussp. Entretanto até agora não foram atendidas as reivindicações  dos músicos. Ao contrário dos reais acontecimentos,  na página do facebook do Sindicato dos Músicos no Estado de São Paulo foi  publicada a produção de uma imagem de três integrantes sorridentes do Municipal exibindo suas carteiras de trabalho, cujo texto além dos erros de concordâncias, pontuação, campo semântico e sintaxe,  afirma que o caso de TODOS OS MÚSICOS  já foi solucionado atribuindo a suposta "VITÓRIA" ao Medeiros, diretores da entidade sindical e outros. Porém, de acordo com informações exclusivas a este blog, a realidade é bem diferente desta que o  Sindmussp está tentando passar aos seguidores da fan page.
Músicos coralistas acompanhando audiência no Fórun Trabalhista - região central de São Paulo. Nas fileiras de trás,
diretores do Sindmuusp: Bill Martins, Francisco de Assis Lira, Ronald Fonseca, Valdir Ramiro e Rodrigo Lau.


Segundo Heloísa Junqueira, ex-integrante do corpo coralista do Municipal e líder dos músicos, o ambiente festivo o qual o Sindmussp exibe nas redes sociais não condiz com a realidade da maioria dos coralistas prejudicados e hoje trabalhando dobrado, de forma precária e sem nenhuma estrutura, ela desabafa. "...Estou trabalhando como maestrina de um coral sem a menor estrutura, tendo que dividir minhas atribuições com os colegas reintegrados que, por sinal, não aceitam bem a minha liderança. Trabalho muito mais do que eles, minha responsabilidade é muito maior e o meu salário é o mesmo deles". Inclusive, Heloísa Junqueira ainda mantém sua petição pública na internet há mais de um ano e conseguiu até agora 809 assinaturas.http://www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR74843


Heloísa Junqueira da direita para esquerda discursando em frente ao Theatro Municipal

Medeiros e Alemão reunidos na SRT com os músicos demitidos do Thetro Municipal.




Foto reprodução da internet.
O sucateamento e deterioração que a classe musical vem sofrendo há décadas devido a inércia de seus representantes e, ao aparelhamento das instituições comandas por eles (OMB/CRESP e Sindmussp), fazem com esse e outros problemas sérios, tenham desdobramentos nada favoráveis a quem ainda acredita numa rápida e definitiva reestruturação. As palavras mais utilizadas por Alemão e sua diretoria são: DIGNIDADE E RESPEITO, entretanto não isso que Heloísa diz no seu relato  aliás, com tantas salas vazias no sindicato, auditório na Ordem dos Músicos, salas de reuniões no Theatro Municipal, na própria Superintendência Regional do Trabalho/SP onde tudo começou e,  pra piorar ainda mais a situação, apenas dois músicos foram chamados para uma conversa reservada num BOTECO. Os esquemas escusos na administração do Theatro Municipal ainda estão muito longe de se elucidarem já que, envolvem políticos diretamente ligados ao Ministério do Trabalho e Emprego, Superintendência Regional do Trabalho de São Paulo e sindicatos corruptos que se aparelharam e juntos, transformaram essas entidades num grande e lucrativo balcão de negócios, cujo objetivo é único: O ENRIQUECIMENTO ILÍCITO conforme já citado pela Ministra do STF Cármen Lúcia numa decisão que revogou de vez o artigo 53 da Lei 3857/60.

Imagem de Gabriel Miquelin
da esquerda para direita: Grimaldi Santiago(assessor do Alemão), Medeiros e Alemão(Sindmussp).
Griamaldi Santiago, Heloísa Junqueira e Margarete Menezes em manifestação em frente ao Municipal.

Imagem de Gabriel Miquelin.
Medeiros ao lado de Gerson Tajes o Alemão discursando em manifestação em frente ao Theatro Municipal.



Em entrevista  a TV Alesp, Alemão acusa a Fundação Theatro Municipal de assédio moral e maus tratos aos  coralistas.



Margareth Loureiro desabafa no Fórum Trabalhista após audiência com os músicos.

Nossa reportagem procurou a Fundação Theatro Municipal, porém ninguém atende. Já Luiz Antonio Medeiros -secretário da coordenação das sub-prefeituras desde 12/06 deste ano, preferiu não comentar sobre o assunto e até tirou do ar sua página na internet após matérias publicadas sobre o caso emblemático da saída de Herência e da demissão dos músicos, o qual foi mediador nas negociações. Heloísa Junqueira que também havia nos procurado conforme divulgado aqui, tirou do ar sua página do facebook , embora, dias antes das reportagens, havia divulgado imagens com Medeiros e Alemão em evento organizado por ela no dia 17 último na Praça das Artes em São Paulo.





2 comentários :

  1. como é difícil ser músico aqui no Brasil....

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  2. Luiz Carlos, é difícil porque nós músicos deixamos a coisa chegar a este ponto. Devemos deixar a emoção de lado um pouco e começarmos a agir pela razão. Enquanto tiver no nosso meio músicos alienados e que acreditam em coelhinho da páscoa, papai noel (como eles postaram na fan page da OMB/RJ), chapeuzinho vermelho e outros mais, as raposas aproveitam e saqueiam o galinheiro na maior cara de pau! Precisamos nos unir e pôr um basta nessa pilantragem desenfreada enquanto ainda temos tempo e o STF ao nosso favor! Abraços!

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