quarta-feira, 10 de maio de 2017

Morre músico do Municipal carioca e 40% do corpo artístico do Teatro São Pedro em São Paulo.





Leonardo Páscoa, ex-barítono do Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Foto reprodução da internet.
Por Marcos Santos.

A música e a cultura na região sudeste estão de luto. Reflexo da crise causada pela roubalheira de políticos que atinge o Rio de janeiro e do descaso do governo e entidades sindicais de São Paulo.


Morre no Rio de Janeiro um dos maiores barítonos do Brasil, Leonardo Páscoa (42) deixando sua esposa e um filho pequeno. Segundo matéria publicada no site O Globo, o músico teve um infarto fulminante, provavelmente, provocado pelas tensões decorrentes da falta de pagamento do 13º salário de 2016, como também, dos vencimentos mensais que estão atrasados há dois meses. 

Sua esposa Rose é soprano no Municipal e além da dor de enterrar o marido tão jovem em condições precárias e vexatórias , ainda passou pela humilhação e descaso não só do Governo do Estado, como também dos "representantes" dos músicos: OMB/RJ e SindMusi-Sindicato dos Músicos do Rio de Janeiro que nem sequer publicaram uma nota lamentando o ocorrido. 

A matéria do O Globo relata que a viúva precisou fazer uma vaquinha entre os colegas para enterrar o marido. Mas, em contrapartida, o pagodeiro Almir Guineto e o cantor Belchior foram lembrados pelas entidades sindicais, haja vista que, no caso desses músicos as entidades dão a entender que não sobraram ônus pelas mortes por se tratar de artistas solos. Diferentemente do Leonardo Páscoa que morreu, porém, o corpo artístico do Municipal ainda está vivo mesmo com todas as dificuldades financeiras e portanto, precisam de representantes sérios que se interessem e lutem por suas demandas.



Política partidária, hipocrisia, demagogia e afins.

Enquanto a esposa, filho e amigos choram pela morte de Leonardo Páscoa e os músicos do Municipal fazem apresentações na rua em troca de cestas básicas, aqueles que se dizem seus representantes, em vez de prestarem assistência ou pelo menos solidariedade aos profissionais do Teatro, mas, principalmente à viúva, preferiram no mesmo dia da morte do jovem cantor clássico, convidar o sertanejo e deputado federal- (PRB) Sérgio Reis para gravar um vídeo, cujo teor vem carregado de demagogia dizendo que apoia os interventores da OMB/RJ em nome da valorização, dignidade e respeito ao músico brasileiro. A pergunta que não quer calar: para eles (OMB) e seus asseclas políticos, qual o verdeiro conceito dessas palavras que eles tanto gostam de propagar nas mídias sociais?


Desde que os interventores comandados por Gerson Tajes o Alemão que é funcionário da FTTRESP há mais de duas décadas, invadiram o Sindmussp em São Paulo em 2013 e a Ordem dos Músicos do Brasil em 2015, que eles vêm propagando mentiras por meio do facebook, twitter, Youtube tentando vender a ideia de que estão lutando pela valorização da classe musical, porém, o que se vê nos últimos quatro anos é o avanço da deterioração sistêmica das instituições artísticas que agonizam por falta um representante que seja de fato, o interlocutor  com força política, moral e ética para virar esse jogo. 

 Aonde estão a OMB, Sindicatos e políticos oportunistas?

Há mais de vinte dias este blog publicou a fala do senador Magno Malta (PR)  em defesa da autarquia federal mais corrupta do Brasil. Entretanto, até agora não se viu nenhum parlamentar usando de seu mandato para lutar de fato, pelos trabalhadores da música, pelo contrário, o que prevalece é o jogo político partidário e a retórica desgastada que estão  acima dos interesses de uma classe que precisa ir as ruas pedir alimentos para sobreviver. É  o caso do corpo artístico do Municipal carioca que precisou realizar um concerto público em frente ao teatro para arrecadar mantimentos, já que estão sem salários há dois meses.



Artistas do Municipal realizando protestos em frente ao Teatro e pedindo donativos ao público presente.



 


Não há em nenhuma mídia social alguma manifestação de solidariedade e apoio desses políticos aos músicos relatados nessa matéria, apenas o viciado lobby politico que não passa de uma cortina de fumaça para esconder as reais intenções desses pelegos.

 Contrariando e ignorando os fatos, o interventor da autarquia carioca, Mauro Almeida esbanja sorrisos  ao lado do funkeiro Buchecha como se tudo estivesse transcorrendo dentro da mais perfeita normalidade.

A arte, a cultura e a música estão morrendo no Brasil, cadê a OMB e Sindicatos?

Já em São Paulo, o caso é tão grave quanto a capital fluminense. Foi publicado no mesmo dia da morte do barítono do Municipal carioca um vídeo do diretor artístico do Teatro São PedroLuiz Fernando Malheiro informando que no último sábado foi publicado no Diário Oficial, o desmonte do corpo artístico pela O.S que assumiu a administração da casa, cuja demissão atinge mais de 40% de todo o efetivo. Malheiro enfatiza que, com a perda desses músicos a orquestra deixa de ser profissional e passa a ser mista com um enorme perda de qualidade, já que para ocupar essas vagas a Organização Social contratará bolsistas. 

Na contramão desses graves acontecimentos, o Sindicato dos Músicos de São Paulo continua na inércia e na superficialidade da sua real missão que é lutar por essas demandas. A não obrigatoriedade da cobrança do imposto sindical dentro da reforma trabalhista ainda não entrou em vigor e portanto, o recolhimento do tributo deste ano já foi garantido e não dá para entender o motivo do abandono da Força Sindical e Sindmussp seu afiliado,  com relação aos músicos demitidos do Teatro São Pedro. Usar como referência dados positivos publicados no Observatório da Cultura sobre o impacto econômico da música em Nova York como fez o o Sindmussp na sua fan page no último dia 04 de maio é no mínimo incoerente e afrontoso, haja vista que, naquele país as leis funcionam e as instituições que defendem os trabalhadores não são currais de sindicalistas pelegos e corruptos, mas, acima de tudo, lutam pelos direitos de seus representados e de contrapartida promovem um resultado econômico e social dignos de serem copiados por nações como o Brasil que agoniza nas U.T.I  vítima do câncer terminal provocado pela corrupção sistêmica e roubalheira generalizada. 

Essa redação entrou em contato com as entidades artísticas, porém não obteve respostas. 

Confira as manifestações sobre os  dois casos no facebook.

Luiz Fernando Malheiro-diretor artístico do Teatro São Pedro.
Imagem reprodução da internet.






A quem a OMB representa? 

Por que não prestou solidariedade ao músico do Municipal?

























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