quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Grande conquista marca um novo tempo para o povo egípcio.

Uma análise do processo e das conseqüências da grandiosa conquista egípcio.

 Colaboração: Alan Azevedo


Uma análise do processo e das conseqüências da grandiosa conquista egípcia Fevereiro de 2011 entrou para a história. A emancipação egípcia da persistente e longa ditadura que assolou o país por mais de trinta anos ilustra a volta da conscientização pública do Oriente Médio. Mostra ao mundo que os ideais médio-orientais não estão aquietados, muito menos mortos, e o povo egípcio voltou às ruas exigindo nada mais que a sua liberdade como cidadãos.

Mas não se trata apenas de um embate político, como também não se limita a um fato histórico. A revolução egípcia representa uma quebra de tradição cultural fortíssima. Por toda a sua história, os líderes egípcios, assim como da Líbia, do Irã, etc., eram vinculados à religião. Então se revoltar contra o governo era se por contra seu deus. O regime governamental embasado no poder institucional da igreja sempre cercou os ideais do povo desde a Idade Média. Mas estamos no século XXI. E o povo percebeu isso.

Esse rompimento dos paradigmas culturais colocará à prova o Egito, pois o episódio da Era Napoleônica não pode se repetir. O Império Francês expandiu-se ferozmente por todo o mundo, alcançando também o Egito. Ao tomarem o país, quebraram com o Império Otomano que dominava a região. Então o Egito deparou-se com uma Europa desenvolvida perante o seu atraso econômico, tecnológico e mercantil. Surgiram então as primeiras dívidas externas do Oriente Médio, pois não tinham dinheiro para investir no país.

Portanto trata-se de um momento de muita atenção para o Egito. O governo militar provisório não deve se endividar ainda mais em busca de se europeizar ou americanizar. Claro, a globalização é necessária, mas infere numa política liberal de um governo já bem estruturado. Isto é, o Egito deve reestruturar-se primeiramente, e depois tocar novos planos econômicos. Manter uma economia de baixo risco agora, sem se vassalar aos grandes blocos econômicos mundiais.

Essa tarefa é realmente difícil, mas é possível. As moedas intermediárias e de emergentes começam a se valorizar agora, reatando o equilíbrio de reservas financeiras dos países. Isto permite muito mais segurança ao Egito.

Agora, do ponto de vista social, foi um passo gigantesco e importantíssimo não só para o Oriente Médio, mas para o mundo. Já vemos a Líbia lutando contra o seu ditador e revoltas crescendo na frente de embaixadas iranianas espalhadas pelo mundo contra o governo de Mahmoud Ahmadinejad. Quem sabe isso não dá a volta ao mundo, acordando países imersos no silêncio das ditaduras?

É maravilhoso saber que aquele povo fantástico, tradicional, riquíssimo cultural e historicamente voltou às ruas com uma mentalidade revigorada, jovial, acima de tudo. Trata-se de uma revolta social exemplar aos novos tempos da contemporaneidade. A força do povo não alienado ainda é a mais forte. Que isso sirva de exemplo a todos.

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